sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Do caos ao esquecimento!

Como eu pude esquecer de tantas coisas?
Em meio à uma perda inenarrável, eu fui acometida de um ápice de desconfiança e necessidade de afastamento de muitas pessoas, uma delas, alguém que foi e terá seu reconhecimento em minha vida, porém, eu tive um esquecimento que não me deixou perceber o que acontece neste momento presente.
Cometi uma invasão de privacidade, ato que não me orgulho mas que me trouxe tantas certezas que ficavam no campo da suposição que era a minha intuição/sentimento/clarividência. Antes, eu não tinha a clareza que tenho hoje na força da minha intuição, no poder que me foi concedido, e neste ato abominável que é invadir o espaço de alguém, tive algumas certezas:
- ao meu lado habitava alguém que queria que sua imagem desejável se mantivesse intacta, a ponto de dizer que estava do meu lado devido à minha perda ;
- esta mesma pessoa dizia que não estava assumindo seus compromissos pois estava se incumbindo dos meus;
- a supracitada, em sua interpretação leviana, agrediu verbalmente para terceiros, alguém importantíssimo do meu convívio, sendo que a situação não era como o interpretado;
Estas e muitas outras provas foram arquivadas na nuvem, e eu não tive mais acesso, até hoje! E a pergunta é : como eu pude esquecer disto?

Hoje, ao conversar com um amigo e relatar minha responsabilidade e culpa desta relação, eu me recordei e fui acessar estas provas para tentar interpretá-las de outra forma, mas não teve jeito, foram tantos comentários, tantas falas que denegriam quem sou, coisas sérias e eu esqueci.

Sabe porque esqueci? Porque eu recomecei, renovei, quis dar uma nova chance. Não, não me arrependi disto, foi importante, venci meu orgulho, venci uma suposta desconfiança que era real e com provas, venci o ato falho de querer convencer esta pessoa que ela era sem caráter, eu dei uma nova chance, principalmente a mim mesma. Vivi tudo com a minha verdade, pedi perdão por ter criado este suposto convencimento que até então era leviano também, pois eu havia esquecido, mas eu sei que deixei tudo para trás para fazer diferente e inúmeras coisas foram colocadas na minha conta, mesmo eu não as cometendo novamente, e disto tudo, eu fico feliz porque eu aprendi a perdoar e meu perdão é tão real, que eu esqueci os motivos que me levaram à me distanciar no passado e agora sinto orgulho de mim por ter tentado de novo, por ter dado uma nova chance e com isto ter levado a culpa novamente, mas sabe de uma coisa ? Eu não me sinto culpada e eu aprendi que existem situações em que você sempre será culpado, pois é muito difícil assumir que errou e hoje eu não sinto mais esta dificuldade!

Eu sofri um apagão e machuquei pessoas com isto, eu estava presa e feri pessoas. Eu consegui ver a minha responsabilidade e pedir perdão à elas, a me retratar pois eu tinha um vínculo muito forte neste caos e não pude me entregar, e agora eu entendo o porque de não ir, de não fluir e de eu sempre esquivar, porque a alma, nunca esquece e ela te defende.

Gratidão por tudo, gratidão à vida e a morte, gratidão ao amor puro, gratidão ao coração e ao cérebro, à razão e emoção, gratidão à oportunidade de ser e viver.

É do caos ao esquecimento e à entrega do puro amor.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Relações interestelares

Sinto em mim todas as partes de um ser, sinto o fato de ser gente, porém, entre o feminino e masculino habita um vazio, vazio qual, talvez nunca será preenchido, ou mesmo que talvez seja preenchido de incertezas e da eterna tentativa de evoluir e achar sentido. Existe também uma parte de mim que não está mais aqui, nos campos visíveis aos olhos humanos, e aquela parte vazia insiste em perguntar : existiria outra parte para se ver que não seja com os olhos? Será que há maneira de sentir sem estar em um corpo físico?
Somos partes desfragmentadas, unidas por um único elo, o amor.
Enfrentamos várias situações e circunstâncias que nos fazem agir de maneira que não sabemos explicar, daí vem o tempo e nos joga na cara o que realmente é válido, o amor.
Em determinados momentos achamos que algumas pessoas fazem parte do nosso inteiro, que outras não fazem mais parte, pois o achar está restritamente ligado ao ego, ao abstrato, e de repente aquele sentimento maior, o que é criador do elo surge, e podemos perceber a importância e também a falta.
Hoje, sei que sou gente, mas não sei mais que tipo de gente sou, as vezes olho para um lado e para o outro e não vejo nada, ou pelo menos as coisas não parecem ter significado algum, ou razão de ser e quando de repente olho pra dentro de mim, e vejo que há esperança e muita luz e vejo inúmeras ligações de luz, que vem como uma faísca interestelar, me sinto uma estrela, ligada à outras estrelas, espalhadas aqui e acolá, onde posso e não posso ver.
Dentre todas as partes, algumas que me restam são apenas papel, letras emaranhadas de sentimentos esplêndidos, os quais jamais poderei esquecer, pois simplesmente sinto.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Fim dos relacionamentos

Porque é tão difícil terminar uma relação? Mais do que começar?
Quando há compatibilidade, química ou afinidades, a atração se torna cada vez maior, fica cada vez mais difícil manter a distância, a vontade de compartilhar a si mesmo é grande, a vontade de tocar, beijar e estar junto é natural e espontânea, e assim nasce o início de uma relação, em geral é banhada com uma linda conquista e nosso melhor. Somos sempre agradáveis, falamos de nossas compatibilidades e semelhanças, as diferenças parecem não existir.
Mas com o tempo, a realidade  vai assumindo seu posto, com ela, nossos medos, nossos traumas, nossas resistências e defesas. Os momentos que eram sempre bons, passam a não ser tão bons assim e cada relacionamento vai seguindo seu caminho até chegar ao seu fim!
Mas porque este fim tem que ser um fim? Não poderia ser um recomeço?
Acho tão horrível você compartilhar uma vida com uma pessoa e de repente não saber mais nada dela.
O pior é quando esta pessoa se torna uma outra pessoa, totalmente diferente daquilo que conheceu, ou simplesmente se tornou alguém para você conhecer?!
Toda vez que um relacionamento acaba eu fico tentando entender o porquê de as pessoas deixarem de ser prioridades uma pra outra, porque afinal, houve troca, vivência, partilha, então, alguns relacionamentos precisam ser finalizados abruptamente, mas outros, outros não, pois há construção de amizade, há laços, então, porque há tanto desinteresse e um padrão rotulado? Porque há uma transferência de prioridades par ao próximo da fila?
Odeio passar por alguém que dividi minha vida, meus sentimentos, minhas fraquezas, alegrias e tristezas e não reconhecer mais esta pessoa, não poder mais compartilhar a mim mesma com esta pessoa, mesmo que de maneira diferente.
Acredito em relações transformadoras e continuarei acreditando que ainda vamos conseguir evoluir a um ponto que possamos levar conosco os relacionamentos que nos acrescentaram, que estas pessoas que foram importantes, sempre serão importantes e terão um lugar reservado, sem causar ciúmes, discórdia e incompreensão.
Torço para minha evolução e para a evolução de todos, onde possamos ser cada vez mais verdadeiros, íntegros e que todos possam ser quem são e que entendam que valor é algo que nos pertence, e que existem pessoas que merecem ser reconhecidas e honradas para todo o sempre.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Outras sensações - Bélgica

Cheguei na Bélgica dia 29/7/14. Andei de trem pela primeira vez na minha vida, mas é trem mesmo, destes que andam rapidinho. Achei que era só entrar e sentar, mas tem lugar destinado, vagão certo e etc, se a Elizabetta não estivesse comigo, ia pagar o maior mico do planeta!

Como alguns já sabem, minha chegada na Bélgica foi batizada. Depois que cheguei e mudamos de estação para pegar o metrô com minhas putas malas pesadas, eu fui roubada. Não vi nada, simplesmente cheguei no carro e vi minha bolsa aberta. Levaram minha carteira com todos os meus documentos brasileiros, cartões de banco e o pouco dinheiro que eu tinha, em reais e euros, no total perdi 400 reais. Primeiramente não acreditei, afinal, eu estava na Europa, países de primeiro mundo, estava tranquila, fui burra e inocente, mas ninguém me alertou desta possibilidade e eu nunca tinha ouvido um caso de roubo por aqui até ter sido roubada. O fato é que por idiotice minha e exclusivamente MINHA, deixei a carteira no primeiro ziper da minha bolsa, facilitando para qualquer pessoa. Sabemos que em qualquer lugar do mundo podemos ser roubados e não devemos andar com a bolsa para trás, mas.....já foi!

Isto me abalou por um momento, pois já é chato viajar com a grana curta , imagina sem cartão de crédito e sem nenhum centavo...pufffff. Mas graças a Deus construi grandes amigos e que são leais e verdadeiros e que sei que posso realmente contar. O pai da Eleonore me emprestou um dinheiro, mandou no dia seguinte e a Imka e seu marido, não me deixaram gastar com nada (e assim foi na Suécia com Bartira e Rafael e em Amsterdã com meu primo), não sei como agradecer a todos eles e demonstrar a imensa felicidade que sinto por saber que posso realmente chamá-los de meus amigos!!

Passado o melodrama, fui seguir minha viagem, como a  boa centenária que sou, cansada de tanto agito e precisando de um dia de repouso!

Não preciso falar que detestei Bruxelas, correto!?! rss. Além da Grand Place que é maravilhosa, do menino que faz xixi e todos vão tirar foto com ele e da estátua de uma mulher que dá sorte ao tocá-la, a cidade é lotada de imigrantes estrangeiros e turistas, tive a sensação de estar no oriente. Aqueles homens árabes, um monte de turco e judeus com aquelas coisas na cabeça e um monte de mulheres com seus cabelos cobertos e uma infinidade de roupas que parece um vestido sobre o outro. No mais, a cidade é modelo cidade grande, todo mundo correndo pra lá e pra cá, realmente muito grande e muitíssimo movimentada. O trânsito é tão confuso que me lembrou o Brasil, pois a maioria das cidades que visitei, o trânsito é corretíssimo, pessoas andando calmamente, rodovias largas e dentro das cidades, muita cautela para andar. Ah... aquela coisa de que colocamos o pé na faixa de pedestre e eles param, não é necessariamente verdade: faça isto em Bruxelas e se torne um crepe (palavras de Imka). As pessoas respeitam a sinalização para pedestre e não avançam na faixa com o sinal fechado ou aberto para os carros.

A comida na Bélgica é muito variada, muitos restaurantes árabes, chineses, massas e etc, mas a maioria dos países aqui, as pessoas já têm a comida praticamente pronta, tudo que você quer, nos supermercados você compra pronto, tudo vem em latas, pacotes e picado para sua maior comodidade, e não podemos questionar a qualidade.
Os doces na Bélgica são como na França: maravilhosos e muito delicados, porém, eles têm o Gauffre, minha eterna e verdadeira paixão. Gente, isto é a melhor coisa do mundo. É uma espécie de waffer, você encontra nos supermercados e em docerias, mas aquelas barracas que fazem na hora ão melhores. É uma massa aerada, macia, crocante por fora e gordinha com açúcar . Hummm, é muito bom! Poxa, só comendo pra entender! Comi gauffre puro, com sorvete, com canela, com fruta, com nutela, com qualquer coisa ele ficará bom. Viva o Gauffre!!! Tenho várias fotos comendo ele, rs.

Outra coisa maravilhosa é um biscoito chamado Speculoos. Seu formato parece com o do biscoito de maisena mas o sabor é de canela e textura quebradiça. Nossa senhora! Que biscoito. Tem uma pasta sabor Speculoos também, pra comer com pão e etc, PQP, vai ser bom lá no inferno! Sorvete de Speculoos, hummmmm, ai meu Deus, como é bom viver para saborear isto! E tudo isto gente, baratinho viu! A propósito, só no Brasil que comer bem é sinal de riqueza (fico puta com isto). Pagamos caro demais para coisas que nem de qualidade são.

Voltando ás cidades, Louvain la Neuve, a cidade da Imka. É uma cidade criada - como todas, óbvio, mas é projetada e criada com mínimos detalhes, eles chamam isto de cidade artificial, pois eles retiram um pedaço da mata e montam estas cidades como eles querem, acho que por isto a Europa continua tão organizada. Esta cidade é bem bonitinha, pequena, tem um jardim como todas as cidades, um jardim bem cuidado, com gramado lindo, uma lagoa grande que provavelmente deve ter sido criada, mas não tenho esta informação, um centro comercial, uma espécie de mini shopping, tem tudo lá, supermercado, bancos, lojas, cabeleireiros e é tudo concentrado lá. Tudo muito organizado. Aqui, assim como na França, no verão eles criam a praia artificial. Quando a Eleonore me falou sobre isto, pensei que ele criavam um mini mar, com água salgada e onda, e que todos estavam pulando feito doidos igual piscinão de ramos, mas a realidade é outra né, eles são chiques, estão todos muito bem vestidos ou com um biquini muito discreto, sobre um palco de areia, sentados nas cadeiras e tem um jatos de água e torneiras, e eles se divertem. Achei a ideia legal, pois como dizem, quem não tem condições de ir à praia, pode se distrair um pouco nesta praia artificial, pelo menos tem areia né!?! Mas fiquei pensando isto no Brasil, ia encher de criança, família, grupos de adolescentes, todo mundo colorido, biquini fio dental, um carro com funk, um grupo de pagode e outro grupo de hippies com seus violões e vestimentas diferenciadas, muito barulho, grito e música diferente, a ponto de ser ensurdecedor, a areia provavelmente deveria ser reposta todos os dias pois o povo ia dar um jeito de sumir com ela ou espalhar tudo, hahahahaha... Me divertia com meus pensamentos e só agora estou expondo-os.
A cidade dos pais e da tia da Imka, é pertinho, não me lembro o nome pois é da parte Holandesa, ou seja, é um nome tipo assim: oweystraatjde.. Entendeu né?!? São cidades pequeninas, muito bonitinhas, tudo organizadinho e quase não vemos gente na rua.

Dinant, é uma cidade que eu queria conhecer desde que estava no Brasil, é a cidade do criador do Saxofone, e também onde teve o maior massacre na primeira guerra mundial. Tudo bem, estes motivos são meio estranhos, mas eu queria ir lá. E foi lindo, você consegue ver a cidade toda de um dos fortes, onde subimos 408 degraus de escada. De lá, visualizamos tudo, a cidade é tão pequenina, mas tão organizada. Foi a cidade que mais gostei. As sensações que tive lá foram indescritíveis.

Gent, outra cidade famosa, muito aconchegante, bastante história também. Tem fotos lá no álbum.

Fiquei 10 dias na Bélgica, peguei praticamente 8 dias de sol e calor, dizem que isto é um milagre. Que bom viu, pois esta chuvinha que chove mais não molha e aquele frio de lascar, já estou cansada de ter lá em Ouro Preto.

Na Bélgica, os homens se cumprimentam abraçando e dando beijo no rosto, isto é legal de se ver. Passei algumas horas esperando em aeroporto, estações e etc, pude observar bastante as pessoas. Quando alguém chega de viagem, as pessoas que estão esperando, normalmente sorri, se aproxima como se fosse dar um beijo e um abraço, mas bem de leve e pega a mala da pessoa. A pessoa que chegou não pode levar a própria mala. Acho que no Brasil tem isto, mas o povo tá tão mais preocupado em abraçar, em dar piti que viu a pessoa que a mala fica até pra trás. Achei bonitinho esta delicadeza de levar a mala pois fizeram comigo também.

Em Bruxelas, a maioria das pessoas falam inglês, tudo tem de ser anunciado e escrito em francês, holandês e inglês, é obrigatório. Como todos sabem, existe a parte que fala francês e a outra que fala holandês. Muitos falam os três idiomas e muito bem. Admirei isto.

O modo de vestir da galera é bem clássico, mas se mistura muito com o estampado dos africanos, as cores pastéis dos árabes e muito marrom e preto.

Na França e na Bélgica, nem todo mundo é loiro, e existem muitos negros de colônias na África que são franceses e/ou belga. Já são sim um raça bem misturada, assim como os brasileiros, então este papo de miscigenação brasileira pra mim não cola. Conheci um oriental no avião pra Suécia, e ele é belga. Que porra é esta sô?1? Um oriental falando francês.... muito pra minha cabeça. Mas é assim!

O pessoal destes países em guerra, vem para a Europa pois são abrigados, então, muitos muçulmanos pelas ruas das cidades e muitos são também europeus.

O povo da Romania são super mal vistos, pois costumam ser os tais ladrões de carteira. Mas enfim, algum deve salvar. né!?!

Bom, é isto. As principais percepções!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cada um tem seu modo de ver e sentir

FRANÇA 23/07/2014 À 29/07/2014

PARIS
Cheguei no aeroporto e fui detida.  Óbvio que tinha de ser comigo, né!??  O policial falou comigo e eu respondi em francês, daí ele disse :ah, você fala francês!?! Eu respondi : muito pouco. E ele disse : então espera ali.  No lugar dos detidos.
Obviamente que fui conversar com os outros policiais e foi quando um deles se apaixonou por mim - é claro, e disse ao policial chefe que eu tinha uma carta convite de amigos franceses e daí servi de tradutora para um brasileiro que não sabia explicar o motivo de sua viagem. Fui liberada e não precisei de enfrentar a fila de imigração, passei na frente de todos aqueles que me viram presa, ou seja, umas 300 pessoas, sério, e todos devem ter pensado que estavam me levando pra cadeia, hahaha, me olhavam e eu fazia cara de vítima. Uma brasileira me perguntou: o que houve menina? Eu respondi : não sei pra onde estão me levando. Ouvi rumores :tadinha... :)

Enfim, peguei minhas bagagens, dei meu email para o policial apaixonado que nunca me escreveu, graças a Deus, e encontrei Eleonore. Felicidade explodindo, muita história para contar já, rsss.
Ao ir para casa da Eleonore, enquanto olhava as casas, lugares, pessoas e etc, não senti nenhum estranhamento, parecia que tinha passado minha vida ali. Enfim, me senti em casa.

Visitei todos os lugares turísticos da cidade, e vocês viram pelas fotos. Agora vamos aos detalhes.

Eu estava com muita sede, fui beber água, e a água é horrível. Uma mistura de bicarbonato com sal, lembra o soro que bebemos quando estamos desidratados. Credo, é muito ruim. Eu assustava toda vez que ia beber, isto reduziu muito a quantidade de água que eu bebia, o que me gerou transtornos alimentares e gastro intestinais. Mas tudo bem.

O pai da Eleonore cozinhou um jantar maravilhoso, Pato com batatas, é muito bom, mas eu só pensei nos patinhos da minha casa viu, Rss. Foi ótimo saborear o pato, rs.

Como costume francês, ele me disse que eu deveria comer a cada dia um queijo francês e que todos os dias o grau de sabor e odor iam aumentando. O primeiro foi uma espécie de gorgonzola, um cheiro forte e sabor forte, mas eu adoro, e pensei, ah, vai ser mole!!! A partir do segundo dia, já estava bem pesado, o queijo era branco e homogêneo por dentro, tipo catupiry mas o cheiro era tipo o esgoto da bauxita, pra quem conhece. Tapei o nariz e comi, o sabor é bom mas o peido da gente, fummmmmmmmm. No terceiro dia, cheguei ao extremo, o cheiro era do caminhão de lixo da cidade. Sério cara, não pude comer não. Não passei no teste, tá!?! Beleza, perdi. Graças a Deus. :)

Entre um passeio e outro, em uma cidade tão grande e turística, veio minha decepção : todos os pontos turísticos estão bem sujos e principalmente o gramado da torre eiffel. Acho que os turistas deveriam pagar multa por sujar. Horrível.

Outra coisa, eles não usam luvas, pegam tudo com as mãos. Foi bem estranho ver isto, principalmente quando pedi um sorvete e uma senhora bem gentil, ajeitou seu cabelo, fez o meu sorvete, me entregou com suas mãos brancas e eu comi feliz da vida, pensando que engraçado.

Todos andam com os pães em um saco aberto, acho que pega a poeira do ambiente e carros, o pão esbarra nas pessoas, paredes. Eles entram no metrô cheio com o pão. O pão é um parente muito amado, está em todas as refeições e em todo lugar que olha tem alguém com pão. Parque, rua, metrô, carro, ponto de ônibus, bar e à beira de rios. Sempre estão andando com seu pão livremente. Quando compram te entregam com a mão, quando pegam , pegam com a mão e quando comem, partem com a mão, ou seja, todo mundo pega no pão.

Eu não gostei do pão, não porque comi várias maozadas, mas porque ele é muito duro, se socar a cabeça de alguém dá um traumatismo craniano, rsss. Sério, é duro mesmo.

Descobri que a Europa não prolifera bactérias como o Brasil por ser clima seco e frio a maior parte do ano e elas não sobrevivem , por isto esta liberdade em pegar tudo com a mão.

O que mais amei na França é a pâtisserie e boulangerie, que são tipo padarias especializadas em doces, cara, eles são bons em doces, em chocolate, tudo é muito bom, muito delicado e minuciosamente bem feito. É bonito de se ver e melhor ainda de se comer, todos os doces que comi são ótimos e não acho que exista ruim. A delicadeza deles e por terem mini frutas e mínimos detalhes, os fazem muito especial.

O metrô realmente fede muito, fede à xixi, à bosta, cece e peido, é o fedor mais fedorento mesmo, você consegue sentir cada fragrância de fedor isoladamente. Eu não entendo o porque viu. Sinceramente, acho que é chique mijar no metrô e dar aquela cagada.

Sobre os franceses serem fedidos, discordo totalmente. Eles tomam banho, só não lavam a cabeça todos os dias e não lavam muito bem quando lavam, mas no Brasil tá cheio daquelas cabeças oleosas porque precisa guardar a escova por uma semana. O cheiro de cabeça é comum entre os franceses, mas o fedor são dos imigrantes árabes e africanos, óbvio que um francês ou outro fede, mas nada diferente do Brasil e os imigrantes fedem porque não tem boas condições, pode ser isto .

Os franceses tomam banho de manhã, andam o dia todo, suam e chegam em casa e dormem, isto é diferente do Brasil mas não a ponto de falar que eles são porcos ou coisa assim, pois tenho amigos brasileiros que fazem o mesmo.

O transporte público funciona. Alguns parisienses não dão pelotas para os turistas (entendo pois em ouro preto é igual).

Os europeus em geral limpam o nariz na mesa de refeição, parece um ritual, pois todos fazem isto e várias vezes em todas as refeições. Isto me dá muita raiva, do mesmo jeito que os brasileiros engolem seus catarros, sugando nariz adentro, os europeus o jogam para fora, mas será que não é possível engolir ou expelir dentro do banheiro? Ou distante da mesa de refeições? Não sou obrigada a suportar nenhum dois dois. É a única coisa que verdadeiramente não poderia suportar e a longo prazo seria dificílimo de conviver.
No Brasil eu brigo mas aqui me sinto mal por brigar ou xingar, pois sou imigrante e não tenho direito a nada, tenho de respeitar, então.... Cala - te boca, como diria vovó.

Quando você entra em um lugar você é obrigado a dar bonjour, pois é falta de educação grave não fazer isto e também é preciso pedir licença quando passa na frente deles na rua, na escada, no metro, enfim, em todo lugar, você deve pedir licença pra tudo o tempo todo e desculpas também. Isto é educado. Eles andam com pressa, pedindo desculpas e licença, as vezes atropelando as pessoas, mas sempre com educação, rsss.

Francês é muito metódico.

Em Paris, estas foram as principais impressões. Espero que gostem.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Programação falha

Grandes estudos em torno de fenômenos sociológicos possuem a resposta para várias programações comportamentais dos seres humanos, dividas por gênero, raça e outras variações.
Podemos dizer que várias pessoas se deparam com situações de extrema frustração, desânimo e angústia, sem conseguirem designar um motivo claro. São sensações geradas por um problema abstrato, que não se vê, não se sabe e nem todos entendem.
Cada um tem sua forma de absorção, entendimento e compreensão de tudo, porém, todos fomos moldados pelo meio em que vivemos, nos espelhamos em comportamentos que temos como certos ou errados, valorizamos algumas coisas mais que outras, desejamos ser reconhecidos pelos outros e esquecemos do auto reconhecimento. Queremos ser amados e esquecemos de amar a nós mesmos, desejamos ter status, temos como ambição alcançar algo que não temos, e quando tudo parece estar bem, criamos algo em nossa mente para dizer que não está tudo bem.
O medo da humanidade é a solidão, mas quando somos obrigados a vivenciar a reclusão e temos como companhia nós mesmos, aí inicia-se um novo dilema: vários problemas e questões no trato com pessoas não existem se você está sozinho, pois você se conhece, se entende e tem a opção de buscar a evolução, se tornar uma pessoa melhor, óbvio que a vivência com pessoas e principalmente as negativas, te engrandece bravamente. A propósito, experiências ruins, dolorosas e chatas são tão marcantes que o aprendizado é certeiro, podemos até olhar para trás e conseguir enxergar só coisas boas - depois de um tempo, é claro. Então, para quê abrir a porta para alguém entrar? Ao contrário do que diz a música, é sim possível ser feliz sozinho!
Viver em sociedade é estar suscetível às exigências sociais, forma e maneira de se portar diante de uma situação. As vezes, nem percebemos, mas estamos fazendo algo que não queremos, para agradar não sei quem e não sabemos para que, e isto é tão real e cruel, que não conseguimos visualizar as marcas deixadas por nosso meio social em nós, apenas nos arrependemos e perguntamos: mas porque?!
É muito comum ocorrer isto em relacionamentos, principalmente quando a experiência que temos traz insegurança. Por mais que você acredite que esteja curado e que não repetirá os mesmo atos cometidos no passado, você se deparará com uma nova situação que te dará a sensação de regressão.
Poxa vida, como é difícil confiar novamente. Como é difícil vivenciar o outro e relaxar, em qualquer instância. Seja no trabalho, na vida pessoal ou intima, quando detectamos perigo, ficamos loucos.
Que loucura é esta? Seria uma programação falha? Lógico que sim.
Somos programados desde que nascemos, e isto é semelhante a um vício, como citado acima.
Quando você abandona um vício, por exemplo fumar cigarros, você tem um prazo de adaptação e o prazo de distanciamento do mesmo é eterno. Não adianta você pensar que pode dar um "traguinho" e que estará tudo sob controle porque é mentira, você cairá no mesmo hábito, no mesmo vício, e se verá fumando mais um "cigarrinho", depois mais outro e mais outro, até fumar o mesmo tanto que antes ou até mesmo mais.
Então, se você pensa que largou um velho hábito, comportamento e sensação, não se iluda pensando que está livre dele, pois a vida vai te testar, e você pode se surpreender.
A partir de um momento que temos como base sólida um determinado comportamento, vício, hábito e pensamento, este se fará presente sempre, e cabe a nós lutarmos para que o mesmo saiba que ele não tem mais espaço em nossa vida.
É difícil aceitar que você é merecedor de coisas boas, de sentir confiança, segurança e bem estar, mas sim, todos nós somos, e para isto existe a regra do cultivar, para que permaneça o que você quer que fique e se despedir do que você quer que vá, então lutemos por isto. Quando seus monstros quiserem reaparecer, não deixe o desespero tomar conta, mostre controle e seja firme: O espaço que você tinha em mim e em minha vida deixou de existir. Isto é uma espécie de mantra que teremos de repetir a nós mesmo para sempre, ou enquanto estes monstros persistirem em existir.
Mas não vamos desanimar, pois eles desistem, basta apenas lutar com braveza do guerreiro que habita em nós, nos defender com a perseverança dos nossos protetores e de repente *bum.... sumiu, e nem lembramos mais, ou a lembrança é distante, tão distante que você pensa: mas era eu?

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Entrega

Como sentir segurança ao se entregar, ou melhor, ao entregar seus sentimentos?
A insegurança maior, bate à porta quando estes sentimentos são destinados para aquela pessoa em especial, aquela pessoa que faz seus pensamentos voarem por quilômetros e quilômetros de distância e tendem a continuar voando mesmo quando são trazidos de volta.
Porque isto acontece? Porque criamos padrões tão negativos para amar? Porque temos medo de amar e não ser amado?
Todo relacionamento inicia igual: afinidades, compatibilidades, atração, qualidades, expectativas e produtividade.
Passando esta fase de início, onde chamamos de conquista, entra a fase de adaptação e enxerga-se os defeitos, as  incompatibilidades, as frustrações e as diferenças. Muitos relacionamentos não conseguem passar daqui, tendo em vista que para chegar até aqui não há um tempo determinado, podem ser dias como meses ou anos e os que conseguem chegar, tentam se equilibrar, mas em sua maioria, é iniciado aqui o processo de degradação.
Aquilo que era defeito passa a ser utilizado como uma arma, sendo lançado no primeiro indício de guerra. O que era intimidade, passa a ser escudo, e no início da guerra, são lançadas as armas e os escudos servem para rebater as mesmas, fazendo com que nestes momentos o desrespeito passe a ser maioral, as qualidades esquecidas e a produtividade reduzida a nada.
Depois da guerra, o que era afeto, compreensão e união, passa a ser rancor, raiva e agonia, mas logo passa e começa tudo de novo.
Daí a pergunta inicial volta novamente: Como sentir segurança ao entregar seus sentimentos?
A padronização das relações está infiltrada em nós, criou algum tipo de raiz que é difícil de ser removida. No medo ou receio de cometer os mesmos atos do passado, resta a insegurança e a resistência para não sentir sentimentos como possessão, controle, frustração e quebra de expectativas, o que faz com que não saibamos mais receber e dar amor.
E eu? Eu sei receber amor? Será que consigo amar e ser amado com tranquilidade, liberdade e sinceridade? Será que eu sei mesmo o que é amar? Se todos estes sentimento estão juntos, onde foi que os separei? Porque o medo me imobiliza?
É tão notório que as pessoas não estão acostumadas a serem amadas, e quando você faz isto sem nenhum interesse, você é mau interpretado ou julgado de forma errônea. Expressar a um amigo, amiga ou parente o seu amor, é tão estranho quanto abraçar, tocar e beijar, e na melhor das vezes você é visto como louco, na pior, você cria admiradores, que duram por pouco tempo, ou até você dizer que é só amizade, daí você leva um fora, e o que era amizade acabou-se. Ou você é visto como algo que não sei o que é, e as pessoas preferem se afastar.
E agora? Depois de um tempo, me sinto frágil, aberta a amar de novo, não só os meus amigos, mas aquele alguém especial que apareceu, e sua melhor proposta é ser quem é, que chega de um jeito suave e doce, tranquilo e respeitoso, com a sutilidade de uma borboleta e a intensidade de um búfalo. Me sinto encantada, como a tempos não sentia, mas me sinto insegura. Então, sinto eu a insegurança de ser amada? Aprendi a amar sem esperar algo em troca, mas e quando pode haver esta reciprocidade eu quero recuar ao meu mundo criado e seguro? Não deveria eu, arriscar e esperar os resultados? Para quê continuar nesta margem de segurança desejável?
A vida é um risco constante, onde arriscar é viver, e arriscar com sabedoria é viver intensamente.