Como alguns já sabem, minha chegada na Bélgica foi batizada. Depois que cheguei e mudamos de estação para pegar o metrô com minhas putas malas pesadas, eu fui roubada. Não vi nada, simplesmente cheguei no carro e vi minha bolsa aberta. Levaram minha carteira com todos os meus documentos brasileiros, cartões de banco e o pouco dinheiro que eu tinha, em reais e euros, no total perdi 400 reais. Primeiramente não acreditei, afinal, eu estava na Europa, países de primeiro mundo, estava tranquila, fui burra e inocente, mas ninguém me alertou desta possibilidade e eu nunca tinha ouvido um caso de roubo por aqui até ter sido roubada. O fato é que por idiotice minha e exclusivamente MINHA, deixei a carteira no primeiro ziper da minha bolsa, facilitando para qualquer pessoa. Sabemos que em qualquer lugar do mundo podemos ser roubados e não devemos andar com a bolsa para trás, mas.....já foi!
Isto me abalou por um momento, pois já é chato viajar com a grana curta , imagina sem cartão de crédito e sem nenhum centavo...pufffff. Mas graças a Deus construi grandes amigos e que são leais e verdadeiros e que sei que posso realmente contar. O pai da Eleonore me emprestou um dinheiro, mandou no dia seguinte e a Imka e seu marido, não me deixaram gastar com nada (e assim foi na Suécia com Bartira e Rafael e em Amsterdã com meu primo), não sei como agradecer a todos eles e demonstrar a imensa felicidade que sinto por saber que posso realmente chamá-los de meus amigos!!
Passado o melodrama, fui seguir minha viagem, como a boa centenária que sou, cansada de tanto agito e precisando de um dia de repouso!
Não preciso falar que detestei Bruxelas, correto!?! rss. Além da Grand Place que é maravilhosa, do menino que faz xixi e todos vão tirar foto com ele e da estátua de uma mulher que dá sorte ao tocá-la, a cidade é lotada de imigrantes estrangeiros e turistas, tive a sensação de estar no oriente. Aqueles homens árabes, um monte de turco e judeus com aquelas coisas na cabeça e um monte de mulheres com seus cabelos cobertos e uma infinidade de roupas que parece um vestido sobre o outro. No mais, a cidade é modelo cidade grande, todo mundo correndo pra lá e pra cá, realmente muito grande e muitíssimo movimentada. O trânsito é tão confuso que me lembrou o Brasil, pois a maioria das cidades que visitei, o trânsito é corretíssimo, pessoas andando calmamente, rodovias largas e dentro das cidades, muita cautela para andar. Ah... aquela coisa de que colocamos o pé na faixa de pedestre e eles param, não é necessariamente verdade: faça isto em Bruxelas e se torne um crepe (palavras de Imka). As pessoas respeitam a sinalização para pedestre e não avançam na faixa com o sinal fechado ou aberto para os carros.
A comida na Bélgica é muito variada, muitos restaurantes árabes, chineses, massas e etc, mas a maioria dos países aqui, as pessoas já têm a comida praticamente pronta, tudo que você quer, nos supermercados você compra pronto, tudo vem em latas, pacotes e picado para sua maior comodidade, e não podemos questionar a qualidade.
Os doces na Bélgica são como na França: maravilhosos e muito delicados, porém, eles têm o Gauffre, minha eterna e verdadeira paixão. Gente, isto é a melhor coisa do mundo. É uma espécie de waffer, você encontra nos supermercados e em docerias, mas aquelas barracas que fazem na hora ão melhores. É uma massa aerada, macia, crocante por fora e gordinha com açúcar . Hummm, é muito bom! Poxa, só comendo pra entender! Comi gauffre puro, com sorvete, com canela, com fruta, com nutela, com qualquer coisa ele ficará bom. Viva o Gauffre!!! Tenho várias fotos comendo ele, rs.
Outra coisa maravilhosa é um biscoito chamado Speculoos. Seu formato parece com o do biscoito de maisena mas o sabor é de canela e textura quebradiça. Nossa senhora! Que biscoito. Tem uma pasta sabor Speculoos também, pra comer com pão e etc, PQP, vai ser bom lá no inferno! Sorvete de Speculoos, hummmmm, ai meu Deus, como é bom viver para saborear isto! E tudo isto gente, baratinho viu! A propósito, só no Brasil que comer bem é sinal de riqueza (fico puta com isto). Pagamos caro demais para coisas que nem de qualidade são.
Voltando ás cidades, Louvain la Neuve, a cidade da Imka. É uma cidade criada - como todas, óbvio, mas é projetada e criada com mínimos detalhes, eles chamam isto de cidade artificial, pois eles retiram um pedaço da mata e montam estas cidades como eles querem, acho que por isto a Europa continua tão organizada. Esta cidade é bem bonitinha, pequena, tem um jardim como todas as cidades, um jardim bem cuidado, com gramado lindo, uma lagoa grande que provavelmente deve ter sido criada, mas não tenho esta informação, um centro comercial, uma espécie de mini shopping, tem tudo lá, supermercado, bancos, lojas, cabeleireiros e é tudo concentrado lá. Tudo muito organizado. Aqui, assim como na França, no verão eles criam a praia artificial. Quando a Eleonore me falou sobre isto, pensei que ele criavam um mini mar, com água salgada e onda, e que todos estavam pulando feito doidos igual piscinão de ramos, mas a realidade é outra né, eles são chiques, estão todos muito bem vestidos ou com um biquini muito discreto, sobre um palco de areia, sentados nas cadeiras e tem um jatos de água e torneiras, e eles se divertem. Achei a ideia legal, pois como dizem, quem não tem condições de ir à praia, pode se distrair um pouco nesta praia artificial, pelo menos tem areia né!?! Mas fiquei pensando isto no Brasil, ia encher de criança, família, grupos de adolescentes, todo mundo colorido, biquini fio dental, um carro com funk, um grupo de pagode e outro grupo de hippies com seus violões e vestimentas diferenciadas, muito barulho, grito e música diferente, a ponto de ser ensurdecedor, a areia provavelmente deveria ser reposta todos os dias pois o povo ia dar um jeito de sumir com ela ou espalhar tudo, hahahahaha... Me divertia com meus pensamentos e só agora estou expondo-os.
A cidade dos pais e da tia da Imka, é pertinho, não me lembro o nome pois é da parte Holandesa, ou seja, é um nome tipo assim: oweystraatjde.. Entendeu né?!? São cidades pequeninas, muito bonitinhas, tudo organizadinho e quase não vemos gente na rua.
Dinant, é uma cidade que eu queria conhecer desde que estava no Brasil, é a cidade do criador do Saxofone, e também onde teve o maior massacre na primeira guerra mundial. Tudo bem, estes motivos são meio estranhos, mas eu queria ir lá. E foi lindo, você consegue ver a cidade toda de um dos fortes, onde subimos 408 degraus de escada. De lá, visualizamos tudo, a cidade é tão pequenina, mas tão organizada. Foi a cidade que mais gostei. As sensações que tive lá foram indescritíveis.
Gent, outra cidade famosa, muito aconchegante, bastante história também. Tem fotos lá no álbum.
Fiquei 10 dias na Bélgica, peguei praticamente 8 dias de sol e calor, dizem que isto é um milagre. Que bom viu, pois esta chuvinha que chove mais não molha e aquele frio de lascar, já estou cansada de ter lá em Ouro Preto.
Na Bélgica, os homens se cumprimentam abraçando e dando beijo no rosto, isto é legal de se ver. Passei algumas horas esperando em aeroporto, estações e etc, pude observar bastante as pessoas. Quando alguém chega de viagem, as pessoas que estão esperando, normalmente sorri, se aproxima como se fosse dar um beijo e um abraço, mas bem de leve e pega a mala da pessoa. A pessoa que chegou não pode levar a própria mala. Acho que no Brasil tem isto, mas o povo tá tão mais preocupado em abraçar, em dar piti que viu a pessoa que a mala fica até pra trás. Achei bonitinho esta delicadeza de levar a mala pois fizeram comigo também.
Em Bruxelas, a maioria das pessoas falam inglês, tudo tem de ser anunciado e escrito em francês, holandês e inglês, é obrigatório. Como todos sabem, existe a parte que fala francês e a outra que fala holandês. Muitos falam os três idiomas e muito bem. Admirei isto.
O modo de vestir da galera é bem clássico, mas se mistura muito com o estampado dos africanos, as cores pastéis dos árabes e muito marrom e preto.
Na França e na Bélgica, nem todo mundo é loiro, e existem muitos negros de colônias na África que são franceses e/ou belga. Já são sim um raça bem misturada, assim como os brasileiros, então este papo de miscigenação brasileira pra mim não cola. Conheci um oriental no avião pra Suécia, e ele é belga. Que porra é esta sô?1? Um oriental falando francês.... muito pra minha cabeça. Mas é assim!
O pessoal destes países em guerra, vem para a Europa pois são abrigados, então, muitos muçulmanos pelas ruas das cidades e muitos são também europeus.
O povo da Romania são super mal vistos, pois costumam ser os tais ladrões de carteira. Mas enfim, algum deve salvar. né!?!
Bom, é isto. As principais percepções!!

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