quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Programação falha

Grandes estudos em torno de fenômenos sociológicos possuem a resposta para várias programações comportamentais dos seres humanos, dividas por gênero, raça e outras variações.
Podemos dizer que várias pessoas se deparam com situações de extrema frustração, desânimo e angústia, sem conseguirem designar um motivo claro. São sensações geradas por um problema abstrato, que não se vê, não se sabe e nem todos entendem.
Cada um tem sua forma de absorção, entendimento e compreensão de tudo, porém, todos fomos moldados pelo meio em que vivemos, nos espelhamos em comportamentos que temos como certos ou errados, valorizamos algumas coisas mais que outras, desejamos ser reconhecidos pelos outros e esquecemos do auto reconhecimento. Queremos ser amados e esquecemos de amar a nós mesmos, desejamos ter status, temos como ambição alcançar algo que não temos, e quando tudo parece estar bem, criamos algo em nossa mente para dizer que não está tudo bem.
O medo da humanidade é a solidão, mas quando somos obrigados a vivenciar a reclusão e temos como companhia nós mesmos, aí inicia-se um novo dilema: vários problemas e questões no trato com pessoas não existem se você está sozinho, pois você se conhece, se entende e tem a opção de buscar a evolução, se tornar uma pessoa melhor, óbvio que a vivência com pessoas e principalmente as negativas, te engrandece bravamente. A propósito, experiências ruins, dolorosas e chatas são tão marcantes que o aprendizado é certeiro, podemos até olhar para trás e conseguir enxergar só coisas boas - depois de um tempo, é claro. Então, para quê abrir a porta para alguém entrar? Ao contrário do que diz a música, é sim possível ser feliz sozinho!
Viver em sociedade é estar suscetível às exigências sociais, forma e maneira de se portar diante de uma situação. As vezes, nem percebemos, mas estamos fazendo algo que não queremos, para agradar não sei quem e não sabemos para que, e isto é tão real e cruel, que não conseguimos visualizar as marcas deixadas por nosso meio social em nós, apenas nos arrependemos e perguntamos: mas porque?!
É muito comum ocorrer isto em relacionamentos, principalmente quando a experiência que temos traz insegurança. Por mais que você acredite que esteja curado e que não repetirá os mesmo atos cometidos no passado, você se deparará com uma nova situação que te dará a sensação de regressão.
Poxa vida, como é difícil confiar novamente. Como é difícil vivenciar o outro e relaxar, em qualquer instância. Seja no trabalho, na vida pessoal ou intima, quando detectamos perigo, ficamos loucos.
Que loucura é esta? Seria uma programação falha? Lógico que sim.
Somos programados desde que nascemos, e isto é semelhante a um vício, como citado acima.
Quando você abandona um vício, por exemplo fumar cigarros, você tem um prazo de adaptação e o prazo de distanciamento do mesmo é eterno. Não adianta você pensar que pode dar um "traguinho" e que estará tudo sob controle porque é mentira, você cairá no mesmo hábito, no mesmo vício, e se verá fumando mais um "cigarrinho", depois mais outro e mais outro, até fumar o mesmo tanto que antes ou até mesmo mais.
Então, se você pensa que largou um velho hábito, comportamento e sensação, não se iluda pensando que está livre dele, pois a vida vai te testar, e você pode se surpreender.
A partir de um momento que temos como base sólida um determinado comportamento, vício, hábito e pensamento, este se fará presente sempre, e cabe a nós lutarmos para que o mesmo saiba que ele não tem mais espaço em nossa vida.
É difícil aceitar que você é merecedor de coisas boas, de sentir confiança, segurança e bem estar, mas sim, todos nós somos, e para isto existe a regra do cultivar, para que permaneça o que você quer que fique e se despedir do que você quer que vá, então lutemos por isto. Quando seus monstros quiserem reaparecer, não deixe o desespero tomar conta, mostre controle e seja firme: O espaço que você tinha em mim e em minha vida deixou de existir. Isto é uma espécie de mantra que teremos de repetir a nós mesmo para sempre, ou enquanto estes monstros persistirem em existir.
Mas não vamos desanimar, pois eles desistem, basta apenas lutar com braveza do guerreiro que habita em nós, nos defender com a perseverança dos nossos protetores e de repente *bum.... sumiu, e nem lembramos mais, ou a lembrança é distante, tão distante que você pensa: mas era eu?

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Entrega

Como sentir segurança ao se entregar, ou melhor, ao entregar seus sentimentos?
A insegurança maior, bate à porta quando estes sentimentos são destinados para aquela pessoa em especial, aquela pessoa que faz seus pensamentos voarem por quilômetros e quilômetros de distância e tendem a continuar voando mesmo quando são trazidos de volta.
Porque isto acontece? Porque criamos padrões tão negativos para amar? Porque temos medo de amar e não ser amado?
Todo relacionamento inicia igual: afinidades, compatibilidades, atração, qualidades, expectativas e produtividade.
Passando esta fase de início, onde chamamos de conquista, entra a fase de adaptação e enxerga-se os defeitos, as  incompatibilidades, as frustrações e as diferenças. Muitos relacionamentos não conseguem passar daqui, tendo em vista que para chegar até aqui não há um tempo determinado, podem ser dias como meses ou anos e os que conseguem chegar, tentam se equilibrar, mas em sua maioria, é iniciado aqui o processo de degradação.
Aquilo que era defeito passa a ser utilizado como uma arma, sendo lançado no primeiro indício de guerra. O que era intimidade, passa a ser escudo, e no início da guerra, são lançadas as armas e os escudos servem para rebater as mesmas, fazendo com que nestes momentos o desrespeito passe a ser maioral, as qualidades esquecidas e a produtividade reduzida a nada.
Depois da guerra, o que era afeto, compreensão e união, passa a ser rancor, raiva e agonia, mas logo passa e começa tudo de novo.
Daí a pergunta inicial volta novamente: Como sentir segurança ao entregar seus sentimentos?
A padronização das relações está infiltrada em nós, criou algum tipo de raiz que é difícil de ser removida. No medo ou receio de cometer os mesmos atos do passado, resta a insegurança e a resistência para não sentir sentimentos como possessão, controle, frustração e quebra de expectativas, o que faz com que não saibamos mais receber e dar amor.
E eu? Eu sei receber amor? Será que consigo amar e ser amado com tranquilidade, liberdade e sinceridade? Será que eu sei mesmo o que é amar? Se todos estes sentimento estão juntos, onde foi que os separei? Porque o medo me imobiliza?
É tão notório que as pessoas não estão acostumadas a serem amadas, e quando você faz isto sem nenhum interesse, você é mau interpretado ou julgado de forma errônea. Expressar a um amigo, amiga ou parente o seu amor, é tão estranho quanto abraçar, tocar e beijar, e na melhor das vezes você é visto como louco, na pior, você cria admiradores, que duram por pouco tempo, ou até você dizer que é só amizade, daí você leva um fora, e o que era amizade acabou-se. Ou você é visto como algo que não sei o que é, e as pessoas preferem se afastar.
E agora? Depois de um tempo, me sinto frágil, aberta a amar de novo, não só os meus amigos, mas aquele alguém especial que apareceu, e sua melhor proposta é ser quem é, que chega de um jeito suave e doce, tranquilo e respeitoso, com a sutilidade de uma borboleta e a intensidade de um búfalo. Me sinto encantada, como a tempos não sentia, mas me sinto insegura. Então, sinto eu a insegurança de ser amada? Aprendi a amar sem esperar algo em troca, mas e quando pode haver esta reciprocidade eu quero recuar ao meu mundo criado e seguro? Não deveria eu, arriscar e esperar os resultados? Para quê continuar nesta margem de segurança desejável?
A vida é um risco constante, onde arriscar é viver, e arriscar com sabedoria é viver intensamente.

sábado, 15 de junho de 2013

A tal felicidade. Texto dedicado ao Fábio.

Em vários momentos da vida a felicidade nos parece difícil e inatingível. As decepções, obstáculos e dificuldades parece nos distanciar dela, e de repente, algo acontece e nos desperta para enxergarmos a nós mesmos, e exatamente neste momento, nos damos conta que estamos fazendo algo errado.
Se você ama a vida, você precisa ser feliz, e esta felicidade começa quando abrimos os olhos e acordamos vivos. Quando estamos juntos daqueles que nos ama. Quando realizamos de alguma forma nossos desejos.
Ser feliz é amar e respeitar a nós mesmos e o tempo das coisas, é entender que as pessoas, por mais que nos amem, poderão nos decepcionar e se nos decepcionar, significa que podemos encontrar nesta decepção uma visão diferente, para seguir amando, principalmente amando a nós mesmos e construirmos nossa fortaleza.
Estejamos abertos para o amor em todas suas instâncias e encontraremos a felicidade plena.
Viver é simples, basta aceitar a vida.
Amar é simples, basta confiar e não ter expectativas.
Confiar é simples, basta deixar fluir.
Se você deixar fluir é porque você vive, ama, confia e é feliz.