segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Relações interestelares

Sinto em mim todas as partes de um ser, sinto o fato de ser gente, porém, entre o feminino e masculino habita um vazio, vazio qual, talvez nunca será preenchido, ou mesmo que talvez seja preenchido de incertezas e da eterna tentativa de evoluir e achar sentido. Existe também uma parte de mim que não está mais aqui, nos campos visíveis aos olhos humanos, e aquela parte vazia insiste em perguntar : existiria outra parte para se ver que não seja com os olhos? Será que há maneira de sentir sem estar em um corpo físico?
Somos partes desfragmentadas, unidas por um único elo, o amor.
Enfrentamos várias situações e circunstâncias que nos fazem agir de maneira que não sabemos explicar, daí vem o tempo e nos joga na cara o que realmente é válido, o amor.
Em determinados momentos achamos que algumas pessoas fazem parte do nosso inteiro, que outras não fazem mais parte, pois o achar está restritamente ligado ao ego, ao abstrato, e de repente aquele sentimento maior, o que é criador do elo surge, e podemos perceber a importância e também a falta.
Hoje, sei que sou gente, mas não sei mais que tipo de gente sou, as vezes olho para um lado e para o outro e não vejo nada, ou pelo menos as coisas não parecem ter significado algum, ou razão de ser e quando de repente olho pra dentro de mim, e vejo que há esperança e muita luz e vejo inúmeras ligações de luz, que vem como uma faísca interestelar, me sinto uma estrela, ligada à outras estrelas, espalhadas aqui e acolá, onde posso e não posso ver.
Dentre todas as partes, algumas que me restam são apenas papel, letras emaranhadas de sentimentos esplêndidos, os quais jamais poderei esquecer, pois simplesmente sinto.