sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Do caos ao esquecimento!

Como eu pude esquecer de tantas coisas?
Em meio à uma perda inenarrável, eu fui acometida de um ápice de desconfiança e necessidade de afastamento de muitas pessoas, uma delas, alguém que foi e terá seu reconhecimento em minha vida, porém, eu tive um esquecimento que não me deixou perceber o que acontece neste momento presente.
Cometi uma invasão de privacidade, ato que não me orgulho mas que me trouxe tantas certezas que ficavam no campo da suposição que era a minha intuição/sentimento/clarividência. Antes, eu não tinha a clareza que tenho hoje na força da minha intuição, no poder que me foi concedido, e neste ato abominável que é invadir o espaço de alguém, tive algumas certezas:
- ao meu lado habitava alguém que queria que sua imagem desejável se mantivesse intacta, a ponto de dizer que estava do meu lado devido à minha perda ;
- esta mesma pessoa dizia que não estava assumindo seus compromissos pois estava se incumbindo dos meus;
- a supracitada, em sua interpretação leviana, agrediu verbalmente para terceiros, alguém importantíssimo do meu convívio, sendo que a situação não era como o interpretado;
Estas e muitas outras provas foram arquivadas na nuvem, e eu não tive mais acesso, até hoje! E a pergunta é : como eu pude esquecer disto?

Hoje, ao conversar com um amigo e relatar minha responsabilidade e culpa desta relação, eu me recordei e fui acessar estas provas para tentar interpretá-las de outra forma, mas não teve jeito, foram tantos comentários, tantas falas que denegriam quem sou, coisas sérias e eu esqueci.

Sabe porque esqueci? Porque eu recomecei, renovei, quis dar uma nova chance. Não, não me arrependi disto, foi importante, venci meu orgulho, venci uma suposta desconfiança que era real e com provas, venci o ato falho de querer convencer esta pessoa que ela era sem caráter, eu dei uma nova chance, principalmente a mim mesma. Vivi tudo com a minha verdade, pedi perdão por ter criado este suposto convencimento que até então era leviano também, pois eu havia esquecido, mas eu sei que deixei tudo para trás para fazer diferente e inúmeras coisas foram colocadas na minha conta, mesmo eu não as cometendo novamente, e disto tudo, eu fico feliz porque eu aprendi a perdoar e meu perdão é tão real, que eu esqueci os motivos que me levaram à me distanciar no passado e agora sinto orgulho de mim por ter tentado de novo, por ter dado uma nova chance e com isto ter levado a culpa novamente, mas sabe de uma coisa ? Eu não me sinto culpada e eu aprendi que existem situações em que você sempre será culpado, pois é muito difícil assumir que errou e hoje eu não sinto mais esta dificuldade!

Eu sofri um apagão e machuquei pessoas com isto, eu estava presa e feri pessoas. Eu consegui ver a minha responsabilidade e pedir perdão à elas, a me retratar pois eu tinha um vínculo muito forte neste caos e não pude me entregar, e agora eu entendo o porque de não ir, de não fluir e de eu sempre esquivar, porque a alma, nunca esquece e ela te defende.

Gratidão por tudo, gratidão à vida e a morte, gratidão ao amor puro, gratidão ao coração e ao cérebro, à razão e emoção, gratidão à oportunidade de ser e viver.

É do caos ao esquecimento e à entrega do puro amor.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Relações interestelares

Sinto em mim todas as partes de um ser, sinto o fato de ser gente, porém, entre o feminino e masculino habita um vazio, vazio qual, talvez nunca será preenchido, ou mesmo que talvez seja preenchido de incertezas e da eterna tentativa de evoluir e achar sentido. Existe também uma parte de mim que não está mais aqui, nos campos visíveis aos olhos humanos, e aquela parte vazia insiste em perguntar : existiria outra parte para se ver que não seja com os olhos? Será que há maneira de sentir sem estar em um corpo físico?
Somos partes desfragmentadas, unidas por um único elo, o amor.
Enfrentamos várias situações e circunstâncias que nos fazem agir de maneira que não sabemos explicar, daí vem o tempo e nos joga na cara o que realmente é válido, o amor.
Em determinados momentos achamos que algumas pessoas fazem parte do nosso inteiro, que outras não fazem mais parte, pois o achar está restritamente ligado ao ego, ao abstrato, e de repente aquele sentimento maior, o que é criador do elo surge, e podemos perceber a importância e também a falta.
Hoje, sei que sou gente, mas não sei mais que tipo de gente sou, as vezes olho para um lado e para o outro e não vejo nada, ou pelo menos as coisas não parecem ter significado algum, ou razão de ser e quando de repente olho pra dentro de mim, e vejo que há esperança e muita luz e vejo inúmeras ligações de luz, que vem como uma faísca interestelar, me sinto uma estrela, ligada à outras estrelas, espalhadas aqui e acolá, onde posso e não posso ver.
Dentre todas as partes, algumas que me restam são apenas papel, letras emaranhadas de sentimentos esplêndidos, os quais jamais poderei esquecer, pois simplesmente sinto.